a trama
veneno
O cheiro ácido do ar deixava inegável a tempestade que viria, dispensado comentários acerca da tensão que cercava o Acampamento, a situação não poderia ser pior: Os gritos do oráculo retumbavam por toda a noite, avisos e profecias agoniantes, que não cessavam.
“Desde que Galatea, e suas irmãs foram expulsas do acampamento nada foi o mesmo”, Quíron falou seriamente, encarando Dionísio com uma carranca preocupante, depositara um copo com uma água escura na mesa de madeira, bufando em seguida.
“Não me ocorreu que poderia ser verdade, centauro. Não havia evidência de que aquela loucura que espalhavam se tornaria tão…”, o deus do vinho agarrou o copo com a água negra, olhando com preocupação, “...tão real, eu diria. É comum que os filhos de deuses subterrâneos sejam sombrios, mas depois daquele evento no Solstício...”
“Delfos não para por nem um minuto! É agoniante. O acampamento tem piorado cada dia, como se a colina tivesse sido envenenada. As águas escuras, exceto pelo Zéfiro. As árvores mais frondosas produzindo folhas mais pobres e até a produção de morangos tem caído” - Enquanto a criatura falava o Oráculo, garota ruiva que antes tinha uma aparência tão criativa e simpática agora era coberta por sujeira, e havia loucura em seus olhos, gritava: “Ouçam! Ouçam!”, chorava e dava alertava sobre a nova ordem que viria, o que não fazia nenhum sentido.
A tempestade começou a cair, os trovões retumbavam e o espírito de Delfos gritou a sua profecia, e então, se calou.